quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

ID, Ego e SuperEgo

A teoria psicanalítica foi desenvolvida pelo neurologista austríaco Sigmund Freud (1856-1939) e está intimamente relacionada a sua prática psicoterapêutica. É uma teoria que procura descrever a etiologia dos transtornos mentais, o desenvolvimento do homem e de sua personalidade, além de explicar a motivação humana. Freud desenvolveu um modelo estrutural da personalidade, em que o aparelho psíquico se organiza em três estruturas:
 ❏ Id (em alemão: es, "ele, isso"): O id é a fonte da energia psíquica, a libido. O id é formado pelas pulsões, instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes. Ele funciona segundo o princípio do prazer (Lustprinzip), ou seja, procura sempre o que produz prazer e evita o desprazer. Não faz planos, não espera, procura uma solução imediata para as tensões, não aceita frustrações e não conhece inibição. O id não tem em consideração a lógica, valores, ética ou moral, sendo exigente, impulsivo, cego, irracional, antissocial e dirigido ao prazer. O id é completamente inconsciente.
Ego (ich, "eu"): O ego desenvolve-se a partir do id com o objetivo de permitir que os seus impulsos sejam eficientes, ou seja, tendo em conta o mundo externo. É o chamado princípio da realidade. É esse princípio que introduz a razão, o planeamento e a capacidade de espera no comportamento humano. A satisfação das pulsões é retardada até o momento em que a realidade permita satisfazê-las com um máximo de prazer e um mínimo de consequências negativas. A principal função do ego é encontrar uma harmonia entre os desejos do id e a supervisão/realidade/repressão do superego.
Superego (Über-Ich, "super-eu", "além-do-eu"): O superego é a parte moral da mente humana e representa os valores da sociedade. O superego tem três objetivos: reprimir, através de punição ou sentimento de culpa, qualquer impulso contrário às regras e ideais por ele ditados; forçar o ego a se comportar de maneira moral, mesmo que irracional; e, conduzir o indivíduo à perfeição, nos comportamentos, pensamentos e palavras. O superego forma-se depois do ego, à medida que a criança interioriza os valores recebidos dos pais e da sociedade, com o objetivo de receber amor e afeição. Ele pode funcionar de uma maneira bastante primitiva, punindo o indivíduo não apenas por ações praticadas, mas também por pensamentos inaceitáveis; outra característica sua é o pensamento dualista (tudo ou nada, certo ou errado, sem meio-termo). O superego divide-se em dois subsistemas: o ego ideal, que dita o bem a ser alcançado, e a consciência (Gewissen), que determina o mal a ser evitado.
Estas três estruturas interagem entre si, fazendo da personalidade um conjunto dinâmico de características psíquicas que condicionam o modo como cada pessoa age perante as circunstâncias com que se confronta.

João Machado Nº10

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