quinta-feira, 16 de maio de 2019

A cultura afeta a perceção?

Seria um tremendo erro se afirmássemos que a forma como percecionamos o mundo não varia com a cultura na qual estamos inseridos. Desde pequenos, que a cultura nos molda, nos marca de uma forma intensa, por isso pessoas nascidas em culturas diferentes também percecionam de forma diferente.

Estudos  mostram que perante a imagem acima referida, europeus e membros de tribos africanas respondem de forma diferente ao pedido para desenhar a mesma.
Se pedirmos a um europeu para desenhar esta figura, este mostrar-se-á relutante, desenhando com bastante dificuldade, sendo que muitos nem chegam a terminar o desenho.
No entanto, se pedirmos a um africano que a desenhe, este não mostrará qualquer tipo de problema/conflito ao fazê-lo, e terminará o desenho.
O que causou estes resultados diferentes? Os ocidentais têm muita dificuldade em fazer este desenho, uma vez que consideram a existência do objeto impossível a três dimensões. Os africanos não consideram a figura inquietante e, por isso copiam-na com sucesso.E por que é que isto acontece? Os membros de tribos africanas não estão, na maioria das vezes, familiarizados com a perceção de profundidade, vivem, normalmente, em locais sem estradas, sem casas retangulares com telhados que fazem ângulos, e por isso, não conseguem interpretar bem o que vêm. 


Os pigmeus que vivem nas densas florestas do Congo raramente vêm objetos a longa distância. O antropólogo Colin Turnbull observou que, quando os habitantes destas florestas se deslocavam para a savana e observavam búfalos no horizonte, julgavam tratar-se de pequenos insetos, em vez de grandes mamíferos. A sua falta de experiência com objetos distantes explica a sua incapacidade para percecionar a permanência do tamanho dos objetos (constância de tamanho).


Estes são apenas dois dos variadíssimos exemplos que nos mostram que nem todos percecionamos da mesma maneira, e que a cultura é também um fator determinante na forma como vemos o mundo.

Ana Rita Monteiro, nº2

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