sábado, 6 de abril de 2019

Conformismo



O conformismo é um processo social que resulta do facto de uma pessoa mudar o seu comportamento ou atitudes por efeito da pressão do grupo. O respeito pelas normas é uma manifestação de conformismo.

Solomon Asch, um psicólogo Polaco, nascido em 1907, realizou uma experiência que ficou conhecida pelos seus resultados. Nesta experiência, 7 sujeitos foram colocados em frente a um quadro com vários cartões. Cada cartão continha do lado esquerdo uma linha vertical preta com cerca de 20 cm de comprimento (figura de base) e à direita três linhas também verticais mas com três comprimentos diferentes (16, 20 e 17) numerados de 1 a 3, onde umas das quais representa a figura de base.
No grupo experimental, apenas um dos sujeitos é o verdadeiro sujeito experimental, isto é, os restantes 6, são comparsas do experimentador. Cada um dos sujeitos dá a sua opinião em voz alta, sendo que os comparsas do experimentador vão dando palpites errados para influenciar o sujeito experimental.Como resultado, Asch obteve que apenas 25% dos sujeitos experimentais não se conformaram à pressão implícita pelo grupo, ou seja, mantiveram-se independentes a que leva a colocar a questão de quais os factores que explicam o conformismo. Depois de algumas entrevistas feitas aos sujeitos participantes, Solomon Asch chegou à conclusão de pelo menos cinco desses factores:
  • A unanimidade do grupo, isto é, quanto mais de acordo o grupo tiver entre si, maior vai ser o conformismo, mas basta haver no grupo uma pessoa que discorde do grupo para os efeitos de conformismo serem menores. No exemplo que está no inicio do tema, bastava que uma pessoa do grupo emitisse uma opinião diferente da maioria para nós termos mais vontade e à-vontade de manifestar a nossa.
  • A natureza da resposta, ou seja, o conformismo aumenta quanto a resposta é dada publicamente, pois, a resistência da maioria é maior quando á privacidade é assegurada.
  • A ambiguidade da situação, significa que a pressão a que estamos submetidos aumenta, quanto não estamos certos da nossa opinião e não estamos num contexto que dominamos, gera-se a dúvida e a insegurança e assim o conformismo surge mais facilmente.
  • A importância do grupo, isto é, quanto mais importante para a pessoa o grupo for, maior é a possibilidade de esta se conformar para se poder integrar no grupo.
  • A autoestima, ou seja, as pessoas que têm uma autoestima elevada, têm mais à-vontade, facilidade e independência para exprimir a sua opinião do que aquelas que têm um autoestima baixo. 






Francisco Facho nº8

O desconcertante experimento de Milgram sobre o comportamento humano


Em 1962, 40 homens entre 20 e 50 anos participaram voluntariamente de uma pesquisa na Universidade de Yale, nos EUA, sobre a punição como método de aprendizagem. Em duplas, um dos participantes atuava como "professor", enquanto o outro fazia o papel de "aluno". Cada vez que o "aluno" errasse um exercício de memorização, o "professor" deveria lhe aplicar choques, que começavam em 15 volts e iam progressivamente a 450 volts.

Na medida em que os choques eram aplicados, o "aluno" gritava de dor, pedia para sair do experimento ou se silenciava. Porém, os "professores" invariavelmente eram ordenados a seguir com a pesquisa.
Apenas uma pequena percentagem interrompeu o experimento e deixou a sala. A grande maioria – 65% – continuou e chegou ao choque máximo, para surpresa do cientista político Stanley Milgram (1933-1984), que mais tarde se tornaria doutor em Psicologia Social. Ele buscava identificar a desistência dos "professores" como resposta recorrente, mas testemunhou uma relação de obediência a qualquer custo. Nenhum voluntário foi até o "aluno" verificar se ele estava bem.

Estudada por profissionais da psicologia até hoje e responsável por provocar reações desconcertantes cada vez que é apresentada, a pesquisa de Milgram pode ser conhecida com detalhes no filme O Experimento de Milgram (2015). A obra está mais interessada em promover uma reflexão acessível do que optar pelo sensacionalismo que os resultados da experiência poderiam suscitar. 

"Uma das contribuições básicas do Milgram é que ele não pergunta às pessoas o que elas fariam dada essa situação hipotética; ele as coloca na situação". Após terminar a experiência, Milgram se apresentava aos voluntários e revelava o propósito real da pesquisa. O "aluno", que na verdade era um cúmplice do pesquisador, jamais levara choques. O único castigo aplicado de fato era no "professor", de 45 volts, para que ele tivesse ideia da intensidade da dor que infligiria no "aluno". O estudioso das relações humanas diversificou os testes, aplicando-o em mulheres, em outros países e inserindo pequenas mudanças no setting. Porém, a média de 65% dos participantes prosseguirem até o choque máximo sempre se manteve.


Nascido do Bronx e vindo de uma família judaica que fugiu dos horrores do nazismo, Milgram estava interessado nos aspectos mais obscuros da obediência. Pouco antes de seu experimento, em abril de 1961, Adolf Eichmann, responsável pela perseguição, sequestro e deportação de centenas de milhares de judeus para campos de concentração, foi levado a julgamento. Encontrado na Argentina, o ex-chefe da Seção de Assuntos Judeus no Departamento de Segurança de Hitler afirmou que estava apenas cumprindo ordens e que nunca tinha se preocupado em questioná-las. Ele foi condenado à morte e morreu no ano seguinte.

As descobertas de Milgram se atualizam especialmente perante situações em que as frases "estou apenas cumprindo ordens" e "não me responsabilizo pelas consequências" indicam a validação de comportamentos abusivos, violentos ou opressores. Quando semelhantes, e não monstros, demonstram ser capazes de realizar atos tão absurdos, intenções e idealizações caem por terra. A obediência à autoridade, e também o silêncio, são capazes de ensejar decisões atrozes. O experimento de Milgram reacende nossa possibilidade necessária de questionar ordens, especialmente aquelas que transgridem valores particulares.

 Francisco Facho nº8

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Serge Moscovici

O conformismo define o comportamento de um indivíduo ou de um subgrupo que é determinado pela regra de um outro grupo.
Em alguns estudos clássicos como por exemplo a experiência de Solomon Asch é possível concluir que de facto as pessoas (minoria) submetem-se ao poder do grupo (maioria).



O psicólogo Serge Moscovici virou as experiências de Asch "ao contrário". Este psicólogo estudou as reações maioritárias face à influência de grupos minoritários.
Nesta experiência sobre a influência minoritária:
-a resposta correta era a resposta maioritária;
-os atores eram a minoria que discordava;
-a posição da minoria vai contra a evidência perceptiva.


Moscovici concluiu que uma minoria pode ter impacto moderado nas respostas da maioria e que a influência maioritária induz maior aceitação pública enquanto que a influência minoritária induz que a influência minoritária induz maior aceitação privada.
Concluiu também que o impacto de uma minoria é determinado pela consistência do seu comportamento e pela confiança percetível na resposta dada.

Maria Inês de Castro

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Bissexualidade Inata


Orientação sexual é o modo como as pessoas se sentem atraídas física/emocionalmente por pessoas do mesmo sexo, do sexo oposto ou por ambos os sexos. Pessoas que sentem atração por pessoas do mesmo sexo têm uma orientação homossexual, pessoas que sentem atração pelo sexo oposto são heterossexuais e pessoas que sentem atração por ambos os sexos são chamados bissexuais.
A questão que tem sido debatida nos últimos tempos é "E se formos todos bissexuais?" Até que ponto seremos, neste tema, tão diferentes dos animais?
Se olharmos para os chimpanzés, os animais que partilham maior percentagem de ADN com o ser humano, rapidamente percebemos que a bissexualidade pode ser algo mais natural do que se poderia supor, uma vez que estes animais não olham ao género do seu parceiro sexual.


Voltando aos seres humanos, Sigmund Freud, foi um dos primeiros médicos a falar no conceito de bissexualidade inata, segundo este os seres humanos nascem com uma predisposição para a bissexualidade mas é o seu desenvolvimento psicológico que acaba por definir a sua orientação sexual. Existiram ainda outros médicos que abordaram este tema, chegando mesmo a fazer testes que comprovavam a ideia de Freud. Posto isto, seremos todos bissexuais? Há ainda muito caminho a percorrer de modo a encontrar uma resposta definitiva, por isso resta nos mesmo aceitar a escolha de cada um sem julgamento pois quem nos garante que no fundo não somos todos iguais?


Rosa Gomes 12A

Obediência à Autoridade: Uma Visão Experimental

No ano de 1974 o famoso psicólogo Stanley Milgram publicou um dos seus livros mais controversosObedience to AuthorityAn Experimental View (Obediência à Autoridade: Uma Visão Experimental). 


Este livro resulta de uma série de experiências relativas à obediência de uma figura de autoridade que Milgram conduziu em inícios de 1960, sendo constituído por uma análise aprofundada dos seus métodos, as suas teorias e conclusões. 


Entre vastas experiências deste psicólogo, no ramo da obediência à autoridade, destaca-se, pela sua controvérsia, uma em que um indivíduo vulgar se coloca numa posição, que por via de ordens de uma autoridade, tem de aplicar choques elétricos a um outro indivíduo, colocando em causa a sua consciência pessoal.  



Esta experiência foi alvo de várias críticas, pois os que liam o livro por alto ou ouviam falar desta experiência não entendiam o verdadeiro procedimento e a razão da tal, associando-a a um processo traumático e que deixava os participantes com sequelas. 


Inês Coelho
nº9