A normalização é um processo referente à formação de normas
em que os indivíduos se influenciam mutuamente, de forma a adaptarem e criarem
uma norma aceitável por todos.
Muzafer Sherif define norma como sendo uma escala ou referência
de avaliação que define uma margem de comportamentos, atitudes e opiniões,
permitidas ou condensáveis. Esta conclusão é fundamentada por um experimento
social por ele realizado: o experimento do efeito autocinético.
Quando estamos num quarto perfeitamente escuro e apontamos a
luz de uma lanterna para uma das paredes, por não termos outro ponto de referência,
aparentemente o ponto de luz vai mover-se, apesar de este, na realidade, permanecer
imóvel. A isto chamamos efeito autocinético.
Sherif aproveitou este efeito para o seu experimento. Primeiramente,
colocou cada um dos indivíduos separadamente dentro do quarto escuro e pediu-lhe
que medissem a distância de deslocamento do ponto. Cada um deles foi apresentando
valores muito próximos entre si, pois cada um estabeleceu a sua própria norma. No
entanto, havia uma discrepância considerável entre os resultados de alguns dos indivíduos.
Numa segunda fase, os indivíduos foram colocados, por
grupos, dentro do quarto, sendo que cada grupo era constituído por pessoas
cujos resultados individuais diferiam bastante. Foi-lhes pedido que dissessem o
seu resultado em voz alta e verificou-se que ao longo do tempo os resultados
foram convergindo: os indivíduos foram progressiva e inconscientemente formando
um consenso. No final desta fase, foi-lhes perguntado se tinham sido
influenciados pelos outros e a resposta foi sempre negativa.
Na última fase do experimento, os indivíduos voltaram a
medir o afastamento do ponto individualmente e verificou-se que o resultado por
eles apresentado era bastante próximo do obtido em grupo e não do originalmente
por eles obtido.
Assim, verificou-se que os sujeitos se conformaram
inconscientemente com a norma estabelecida em grupo, sendo que essa norma
era um valor intermédio em relação às discrepâncias iniciais demonstrando a existência de um consenso.
Ângela Freitas
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